10.11.2005

Notícias Literárias

FEIRA DOS LIVRO
De 29/10/2005 à 15/11/2005, realizar-se-á a 33ª Feira do Livro de Pelotas
Também será realizada neste mesmo período a Feira do Livro de Porto Alegre.
AGUARDEM! LOGO, LOGO FEIRA DO LIVRO
Agenciamos a presença da escritora Helena Ortiz nas respectivas feiras de Pelotas com sessão de autógrafo no dia 07/11/2005 às 18:00h em Porto Alegre nos dias 09, 10 e 11 de novembro.

AGUARDEM TEMOS PROGRAMAÇÕES PARA A FEIRA!
Helena Ortiz, gaúcha, radicada no Rio de Janeiro, é taquigrafa e escritora, autora de quatro livros de poesia: Pedaço de mim (T&T Editores, Porto Alegre, 1995), Margaridas (Ed. Blocos, Rio de Janeiro, 1997) Azul e sem sapatos (Ed. Blocos, Rio de Janeiro, 1997) e Em par (Editora da Palavra, Rio de Janeiro, 2001). O próximo livro, a ser lançado em outubro de 2005 chama-se Sol sobre o dilúvio.Edita há seis anos o jornal de literatura panorama da palavra.


A algazarra das moscasum conto de Helena Ortiz

Tenho feito muito esforço para não falar de política. Acho que a arte é maior, e a política cada vez menor. Mas é difícil resistir quando sei, por exemplo (ouvi no rádio) que uma pessoa organiza um evento que se chama O Silêncio dos Intelectuais. Não sou intelectual, mas sinto vergonha por eles.O evento parte da constatação de que esse silêncio, efetivamente, aconteceu. Os convidados, certamente, serão os silenciosos. Irão dizer os motivos por que se mantiveram em silêncio? Desde quando se mantêm em silêncio? Não sei. Devem ter motivos sérios: um emprego, um salário, uma bolsa, um cargo, um descaso, uma indiferença, um desencanto. Cooptados pelos compromissos ou pelo desânimo? Que tristeza! Para esses intelectuais não há mais noção de pátria e de humanismo. Tudo também se acaba na conta bancária. Se alguém escrever demais, falar demais, pode perder o cargo, a bolsa, a coluna assinada, o poder, em suma, de que tamanho seja.Há também quem queira manter vivo o que temos de pior na política, seja pela compra de votos, favores e alianças, seja perpetuando figuras que deveriam ter sido há muito banidas do cenário nacional, tanto o mal que já fizeram ao Brasil. Estou falando de um evento organizado por uma senhora conhecida no meio literário, que convidou para falar o ex-presidente, cujo nome não escrevo para não me sujar. A sórdida figura vive agora dos dinheiros que amealhou em dois mandatos, graças a uma reforma constitucional que já tinha na ponta da caneta quando foi eleita. Ganha também para fazer palestras, embora não tenha nada a dizer e nem como se desculpar. Quer apenas derrubar o outro, e continuar se locupletando, a espichar os favores dados (e recebidos) dos Estados Unidos, estes últimos os maiores interessados na obediência dos ditames da sua própria incontinência de poder. Também a outros ajudou, conforme entrevista de Collor à revista Isto é, muito bem lembrada por Barbosa Lima Sobrinho no JB de 7/12/97 “ Fernando Henrique Cardoso (pronto, escrevi, estou suja) colaborou muito comigo, de uma forma quase clandestina”. Fora isso vendeu, a preço de banana, importantes empresas nacionais, como se não bastasse ter sucateado, em definitivo, a educação, ajudado por seu assecla Paulo Renato de Souza.Esta criatura é chamada para falar a intelectuais, ou a candidatos a intelectuais. Não me admiro dele, que é e sempre foi um cara-de-pau, e sim de quem convida; de quem, até hoje, não se convenceu da pessoa (?) nociva que é. E dos interesses espúrios que representa (ainda, sem dúvida).De fato, não há mais intelectuais do porte de Barbosa Lima Sobrinho. De fato, não há mais políticos. Há pessoas que seguem uma carreira política, como poderiam ter seguido a de contraventor ou juiz. Sem educação não há valores. Sem valores não há ética e daqui não saímos. Os intelectuais devem fazer um mea culpa? Tarde demais. Formar gerações leva muitos anos. Corromper é num minuto. E o dinheiro —- o maior valor do capitalismo, ganha de qualquer ideologia.E nós, que não somos políticos nem intelectuais, com a nossa pazinha de matar moscas, corremos desesperados, rídiculos, impotentes, na ânsia de matá-los. Não matamos nenhum. Eles se multiplicam cada vez mais, atraídos pelo mau cheiro que se expande, sob o olhar (quieto) dos intelectuais.
27 maio 06
A verdade sobre o tal CÓDIGO DA VINCI. É mad.

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