A princesa ainda vive?
É chegado mais um momento de meditação... 195 anos de história não são 195 dias apenas, não... Pelotas comemora mais um aniversário entre fatos alegres, tristes e que nos levam indubitavelmente à divagação. Quem fomos, quem somos, quem seremos no futuro, então? A cultura tão aplaudida em outros tempos, hoje deixou somente marcas no coração, pois o povo inerte dentro da pobreza, do desalento e da violência, se perdeu em meio a tanta ilusão...
Ainda não temos o vislumbre de um futuro brilhante e seleto como tínhamos há 100 anos atrás, onde o verde florescia por espontânea vontade para enunciar a beleza deste rincão. Os resquícios de glória se espalham em nossa cidade em monumentos à beleza, prédios antigos e doces lembranças que acalentam nossa emoção, mas o cultivar da palavra parece ter perdido o seu significado em meio à turba da necessidade e a enfadonha aparência de sermos ainda, a imagem de um povo culto, interessante e com boa formação.
Vemos a história estampada em nossas ruas, cantada em prosa e verso, em musicas e em telas, mas nenhuma destas artes consegue resgatar o que realmente se perdeu... A marca da princesa, que um dia nasceu, cresceu e parece estar à beira da morte, em um lugar que hoje não parece ser mais o seu. O título de nobreza se perdeu diante do medo do novo e o passado, parece presente velado que a todo instante se mostra no esplendor vivo que nossos olhos podem ver.
Grandes obras foram feitas como o Asilo para velhinhos e mendigos, a antiga e frondosa caixa d’água com sua beleza notória, a praça e o chafariz que mostra a vontade de vencer estampada no rosto do peleador, o Sete de Abril e o Guarany, denotando a luminosidade que tínhamos quando a arte ainda era vista como arte e o homem, desde o mais fino ao mais brejeiro, possuía o gosto pelo belo, o desejo pelo novo na busca pela eterna juventude, anunciada no frescor do existir...
Grandes artistas, servos gentis da princesa, hoje esquecidos pelo povo, deixam marcas profundas em nosso pensar. Como não falar em Euclides da Cunha, Domingos de Almeida, Lobo da Costa, Nelson Nobre e tantos outros mais... Tanto fizeram pela cultura de nossa cidade e não obtiveram nem um simples obrigado de quem teve o prazer de deleitar-se com suas obras, vivendo-as nos olhos, na pele, na alma e na mente, mesmo que de forma pouco audaz? Se estivessem aqui hoje, diriam: levantem brados à princesa, pois quem possui rara nobreza, não a perde jamais...
Cantemos as belezas pelotenses, mesmo sob severa pressão, pois o tempo não abandona quem tem no coração, a certeza de que somos o que somos e ainda podemos ser mais se, com redobrado orgulho, não esquecermos que se aqui estamos é porque esta terra nos foi fértil e bondosa e a ela sempre vamos dever nossas glórias, vitórias e anseios. Quem não tem uma terra para cuidar, não tem nenhum lugar para onde voltar!!!
É chegado mais um momento de meditação... 195 anos de história não são 195 dias apenas, não... Pelotas comemora mais um aniversário entre fatos alegres, tristes e que nos levam indubitavelmente à divagação. Quem fomos, quem somos, quem seremos no futuro, então? A cultura tão aplaudida em outros tempos, hoje deixou somente marcas no coração, pois o povo inerte dentro da pobreza, do desalento e da violência, se perdeu em meio a tanta ilusão...
Ainda não temos o vislumbre de um futuro brilhante e seleto como tínhamos há 100 anos atrás, onde o verde florescia por espontânea vontade para enunciar a beleza deste rincão. Os resquícios de glória se espalham em nossa cidade em monumentos à beleza, prédios antigos e doces lembranças que acalentam nossa emoção, mas o cultivar da palavra parece ter perdido o seu significado em meio à turba da necessidade e a enfadonha aparência de sermos ainda, a imagem de um povo culto, interessante e com boa formação.
Vemos a história estampada em nossas ruas, cantada em prosa e verso, em musicas e em telas, mas nenhuma destas artes consegue resgatar o que realmente se perdeu... A marca da princesa, que um dia nasceu, cresceu e parece estar à beira da morte, em um lugar que hoje não parece ser mais o seu. O título de nobreza se perdeu diante do medo do novo e o passado, parece presente velado que a todo instante se mostra no esplendor vivo que nossos olhos podem ver.
Grandes obras foram feitas como o Asilo para velhinhos e mendigos, a antiga e frondosa caixa d’água com sua beleza notória, a praça e o chafariz que mostra a vontade de vencer estampada no rosto do peleador, o Sete de Abril e o Guarany, denotando a luminosidade que tínhamos quando a arte ainda era vista como arte e o homem, desde o mais fino ao mais brejeiro, possuía o gosto pelo belo, o desejo pelo novo na busca pela eterna juventude, anunciada no frescor do existir...
Grandes artistas, servos gentis da princesa, hoje esquecidos pelo povo, deixam marcas profundas em nosso pensar. Como não falar em Euclides da Cunha, Domingos de Almeida, Lobo da Costa, Nelson Nobre e tantos outros mais... Tanto fizeram pela cultura de nossa cidade e não obtiveram nem um simples obrigado de quem teve o prazer de deleitar-se com suas obras, vivendo-as nos olhos, na pele, na alma e na mente, mesmo que de forma pouco audaz? Se estivessem aqui hoje, diriam: levantem brados à princesa, pois quem possui rara nobreza, não a perde jamais...
Cantemos as belezas pelotenses, mesmo sob severa pressão, pois o tempo não abandona quem tem no coração, a certeza de que somos o que somos e ainda podemos ser mais se, com redobrado orgulho, não esquecermos que se aqui estamos é porque esta terra nos foi fértil e bondosa e a ela sempre vamos dever nossas glórias, vitórias e anseios. Quem não tem uma terra para cuidar, não tem nenhum lugar para onde voltar!!!
Rita Cornejo
Reflexos de Princesa
Esta terra nada era além de campos e verdes de diversos tons... Quando chegaram os primeiros habitantes, os açorianos, a terra parecia do tipo prometida, onde o brilho das árvores e o húmus ainda eram virgens... Com o homem sempre vem à sociedade e com ela, o progresso tomou conta, nascendo então, o Rincão das Pelotas.
O tempo prosseguiu maroto, a brincar com as vidas e proporcionar muitos sonhos, os habitantes transformaram a pequena aldeia em povinho de São Francisco de Paula. Com afinco e uma miscigenação característica de nossa cultura brasileira, outros imigrantes, outras figuras cativantes, aportaram em nossos pagos.
Trazendo as charqueadas vieram os nordestinos e, a própria história conta o quanto fizeram para transmutar o lugarejo numa princesa. Assim nasceu a “princesa do sul”: Pelotas, com todo o seu glamour e fascinação... Onde culturas e novos conhecimentos afetaram o povo e trouxeram de diversas paragens o que hoje forma nossa pelotense visão.
A beleza de nossa terra se mostra desde o relógio do mercado em estilo francês, o trapiche a ornamentar a mais bela lagoa do mundo até o bucólico pôr do sol a sua beira, que nada deve a paisagens européias sob um ângulo de beleza quase transcendental...
A princesa nesses tempos vindouros comemora 195 anos de existência e não seria justo deixar passar tal data em branco véu, pois mesmo quando nada supúnhamos de sua jornada, na beleza expressiva de seus prados e charqueadas já estava desenhada a estirpe de nobreza que seu berço traz...
O homem novo hoje, ficou velho no semblante, mas nestas paragens conserva a juventude estampada no rosto daqueles que ficaram, tendo por missão preservar e engrandecer tão nobre alteza, filhos de Pelotas que conservam a vil força do homem simples, completando-a com a magia que só o futuro pode dar...
A eterna princesa nesta data se refaz, mostra em seu tempo, do que o próprio tempo é capaz, deixando a nós a incumbência de fazer sua beleza incandescente jamais parar de brilhar!!!
Rita Cornejo
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