8.31.2009


37ª Feira do Livro
de 30 de outubro a 15 novembro


Nesta edição/2009
Homenageado: Mário Benedetti
Patrono: Hilda Simões Lopes
Orador: Pedro Moacyr Perez da Silveira


Polígrafo uruguaio mais conhecido por seus contos e romances traduzidos a muitos idiomas. Autor de 80 livros: romances, contos, dramaturgia, roteiros para cinema. “Gracias por el fuego” (1960) e “La tregua” são as suas novelas mais conhecidas, esta última levada ao cinema. Mas sua obra mais exuberante é a poesia, com 33 títulos. Nasceu em 1920, viveu exilado doze anos em vários países a partir de 1973 e faleceu em 17 de maio de 2009, aos 88 anos de idade. É um dos escritores latino-americanos mais conhecidos e lidos na atualidade. É autor de um livro de haikais ou haikus, de onde selecionamos e traduzimos alguns exemplos. A estrutura do haikai comprende três versos de 5-7-5 sílabas acentuadas.

O autor (se) explica:


“En mi caso particular, es obvio que no me he puesto a imitar a poetas japoneses, ni siquiera a incorporar sus imágenes y temas preferidos. Apenas he tenido la osadía de introducirme en esa pauta lírica, pero no apelando a tópicos japoneses sino a mis propios vaivenes, inquietudes, paisajes y sentimientos, que después de todo no difieren demasiado de mis restantes obras de poesía.

Encerrar en 17 sílabas (ya además, con escisiones predeterminadas), una sensación, una duda, una opinión, un sentimiento, un paisaje, y hasta una breve anédocta, empezó siendo un juego. Pero de a poco uno va captando las nuevas posibilidades de la vieja estructura. Así la dificultad formal pasa a ser un aliciente y la brevedad una provocativa forma de síntesis.” Mario Benedetti.


espanhol:

si en el crepúsculo
el sol era memoria
ya no me acuerdo

las religiones
no salvan / son apenas
un contratiempo

lo peor del eco
es que dice las mismas
barbaridades

hay pocas cosas
tan ensordecedoras
como el silencio

durante el sueño
los amantes son fieles
como animales

pasan las nubes
y el cielo queda limpio
de toda culpa

las plantas oyen
si uno las lisonjea
se hinchan de verde

en todo idilio
una boca hay que besa
y otra es besada



em protugues:

e se no crepúsculo
o sol era memória
já não me lembro

as religiões
não salvam / são apenas
um contratempo

o pior do eco
é quando diz as mesmas
barbaridades

tem poucas coisas
tão ensurdecedoras
como o silêncio

durante o sono
os amantes são fiéis
como animais

passam as nuvens
e o céu fica limpo
de toda culpa

as plantas ouvem
se a gente elogia
se tingem de verde

em todo idílio
uma boca é beijada
a outra beija

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